31/01/12

Gregorian - Greensleeves

           
http://www.youtube.com/watch?v=deOc_zi9kvc

Alas, my love you've done me wrong
To cast me out discourteously;
And I have loveth you so long
Delighting in your company.

Greensleeves was my delight
Greensleeves my heart of gold
Greensleeves was my heart of joy
And who, but my Lady Greensleeves.

I have been ready at your hand
To grant whatever thou would'st crave;
I have waged both life and land
Your love and goodwill for to have.

Greensleeves was my delight
Greensleeves my heart of gold
Greensleeves was my heart of joy
And who, but my Lady Greensleeves.

Thy petticoat of sendle white
With gold embroidered gorgeously;
Thy petticoat of silk and white
And these I bought gladly.

Greensleeves was my delight
Greensleeves was my heart of joy
Greensleeves was my heart of joy
And who, but my Lady Greensleeves.                                                                                                                                                        

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30/01/12

OS MEUS POETAS - 235

Douo-2

 Dia e noite

Todo dia ouço o rumor das águas
Em lamento,
Graves como a gaivota, indo
Só, no vento
Que grita ao mar em seu moroso
Movimento.
No vento frio, no vento escuro
Vou-me à toa.
Escuto o manancial que lá do
Fundo escoa.
Dia e noite, escuto-o - indo, vindo,
Ele escoa.
James Joyce
trad. Alípio Correia de Franca Neto;encontrado no blogue  modus vivendi

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29/01/12

ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE - 44

ENTRANDO NO MAR

madrigal


Aquela enorme frieza
Não entristeça ninguém...
Ela estende o seu desdém
À sua própria beleza:

Quando, solta do vestido,
Sai da frescura do banho,
O seu cabelo castanho,
Esse cabelo comprido,

Que frio, que desconsolo!
Deixa ficar-se pendente,
Em vez de feito em serpente
Ir enroscar-se-lhe ao colo!

Camilo Pessanha,Clepsydra

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28/01/12

DA EDUCAÇÃO -76

Photobucket
«A escola não é democrática. Nem deve sê-lo. A escola é a preparação para a democracia. Uma aula é hierárquica. O professor está sempre acima dos alunos. A escola deve estar a preparar os jovens para ser cidadãos. A escola não tem os mecanismos da democracia nem deve ter.»

Fernando Savater

 em entrevista a Cristina Margato in "Atual", n.º 1983, de 30 de Outubro de 2010

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27/01/12

ARTE - 29

Lucas Cranach -Adão e Eva

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DESASSOSSEGOS - 131

moço ausente- n.iorque, foto de R.Doisneau
Hei-de voltar ao crepúsculo
quando nas margens da estrada
os animais passarem e fixarem
o nome novamente de outras coisas

Agitando as águas sem razão alguma
passarás com as pedras todas
dentro do sonho como
outrora a bruma


 António Carlos Cortez
 encontrado em  blogue à portuguesa -http://aldinaduarte.blogspot.com

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26/01/12

DE AMICITIA -113

25/01/12

CAMONIANAS - 71

doces e claras águas do
mondego-eli
foto:eli
Doces águas e claras do Mondego,
doce repouso de minha lembrança
onde a comprida e pérfida esperança
longo tempo após si me trouxe cego;


de vós me aparto; mas, porém, não nego
que inda a memória longa, que me alcança,
me não deixa de vós fazer mudança;
mas quando mais me alongo, mais me achego.

Bem pudera Fortuna este instrumento
d’alma levar por terra nova e estranha,
oferecido ao mar remoto e vento;

mas alma, que de cá vos acompanha,
nas asas do ligeiro pensamento,
para vós, águas, voa, e em vós se banha.

Luís de Camões,Rimas/Sonetos

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24/01/12

POEMAS COM ROSAS DENTRO - 102

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foto:robert mapplethorpe

Quem quer que sejas, vem a mim apenas
De noite, quando as rosas adormecem!
Vem quando a treva alonga as mãos morenas
E quando as árvores de voar se esquecem.
Vem a mim quando, até nos pesadelos,
O amor tenha a beleza da mentira.
Vem quando o vento acorda os meus cabelos,
Como em folhagem que, ávida, respira…
Vem como a sombra, quando a estrada é nua,
Nem risco de asa, vem, serenamente!
Como as estrelas, quando não há Lua
Ou como os peixes, quando não há gente…

Pedro Homem de Mello

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23/01/12

OS MEUS POETAS - 234

ítaca

Ítaca

Nunca hubo jardín. Tu nombre
es laberinto y la patria
perdida el hilo roto de tu hija
Adriana que el viento trae
y aleja, uncido ao ritmo
entrecortado de lo vivo: Barre
las hojas de la especie
en tanto que tu pierna
herida de Rimbaud enhebra
de nuevo el camino
de regreso. Nunca hubo jardín
ni patria conocida. Tu nombre
es estela - y lo borran
constantes el viento y las mareas.



Miguel Veyrat in Razón del Mirlo
encontrado em a dispersa palavra http://adispersapalavra.blogspot.com/

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22/01/12

OMNIA VINCIT AMOR - 173


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"Não posso decidir ainda como deverá ela ser compreendida; assim, conservo-me perfeitamente quieto, apagado - sim, como a sentinela na trincheira que se lança por terra a fim de escutar o menor eco do inimigo que avança. porque, para ela, eu não existo; não se trata de uma relação negativa, mas de uma relação inexistente: até aqui não ousei qualquer experiência. - Vê-la e amá-la, é assim que se exprimem nos romances - sim, é assaz verdadeiro desde que o amor não tenha dialéctica; mas, ao fim e ao cabo, que podem os romances ensinar-nos acerca do amor? Apenas mentiras que ajudam a passar o tempo."

 Soren Kierkegaard 

encontrado em blogue à portuguesa - http://aldinaduarte.blogspot.com/

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21/01/12

indignação

encontrado no FB

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LEITURAS - 177

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... "A mão corria-lhe tremente abaixo e acima no braço do violino e na tarde que se evolava, uma música suave e longa e misteriosa como não sabia o quê. Evoco agora essa música e também não sei. Qualquer coisa me arrepia e suspende, sobe em mim até um limite e desce de novo e alastra como a imensidade de um mar. Depois ergue-se de novo, arranca ainda até ao impossível, quebra de novo num repouso espraiado. Música do meu abismo, ó mistério inacessível e tão perto da minha comoção. Ardem-me os olhos agora que a evoco, ao anúncio indistinto da amargura e da paz. Deve ser isso a oração, mas nunca rezei assim. Uma ascenção de nós, um esvaimento de nós e uma força humana, todavia, numa irmanação divina. Sol que se levanta ou uma lua enorme e clara num céu imenso e intensamente escuro, ou um mar aberto até ao infinito de nós..."

 Vergílio Ferreira - in "Para Sempre" 

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20/01/12


encontrado em blogue à portuguesahttp://aldinaduarte.blogspot.com/

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OS MEUS POETAS -233

19/01/12

DO FALAR POESIA - 141




Quando um poeta lhe parecer obscuro, procure bem, e não procure longe. Não há de obscuro aqui senão o maravilhoso encontro do corpo e da ideia, que opera a ressurreição da linguagem.

 Alain-Propos de littérature

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18/01/12

NOCTURNOS - 106

foto de fernand sal monteiro
foto de fernaada sal monteiro

O lago morto


O lago morto, o céu cinzento ao luar;
Pálida, lutando, coberta pelas nuvens,
A lua.

O murmúrio obstinado que cochicha e passa
(Dir-se-ia que tem medo de falar em alta voz).
Tão triste agora,
Recai sobre meu coração,
Onde a alegria morre como um rio deserto.

Minhas pobres alegrias...
Não as toqueis,
Floridas e sorridentes.

Lentamente, a raiz acaba de morrer.

Emily Brontë
(Tradução de Lúcio Cardoso)

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17/01/12

ESCREVER - 106

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Off price 

Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
                 fora de esquema
                 meu poema
inesperado


                e que eu possa
                cada vez mais desaprender
                de pensar o pensado
e assim poder
reinventar o certo pelo errado

Ferreira Gullar- Em alguma parte alguma

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16/01/12

OS MEUS POETAS -232

Rafael Alberti

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15/01/12

ARTE - 28


abel manta - as maçãs

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PENSAR - 136


as formas do silêncio

Um lugar para o silêncio

O nosso imaginário social destinou um lugar subalterno para o silêncio. Há uma ideologia da comunicação, do apagamento do silêncio, muito pronunciada nas sociedades contemporâneas. Isso se expressa pela urgência do dizer e pela multidão de linguagens a que estamos submetidos no cotidiano. Ao mesmo tempo, espera-se que se estejam produzindo signos visíveis (audíveis) o tempo todo. Ilusão de controle pelo que “aparece”: temos de estar emitindo sinais sonoros (dizíveis, visíveis) continuamente.
(…)
Compreender o silêncio não é, pois, atribuir-lhe um sentido metafórico em sua relação com o dizer (“traduzir” o silêncio em palavras), mas conhecer os processos de significação que ele põe em jogo. Conhecer os seus modos de significar.

Enni Puccinelli Orlandi

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14/01/12

OS MEUS POETAS - 235

tessitura-eli

Foto:eli

PENÉLOPE


Hoje desfiz o último ponto,
A trama do bordado.

No palácio deserto ladra
O cão.

Um sibilo de flechas
Devolve-me o passado.

Com os olhos da memória
Vejo o arco
Que se encurva,
A força que o distende.

Reconheço no silêncio
A paz que me faltava,
(No mármore da entrada
Agonizam os pretendentes).

O ciclo está completo
A espera acabada.


Quando Ulisses chegar

A sopa estará fria.


[.....]
Há os que partem
E os que tecem,
Na urdidura das sombras
É Penélope
Mais astuta que Ulisses?


Myriam Fraga, Argonautas

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7 anos neste barco de flores

Iniciei há, oficialmente 7 anos,em 14 de janeiro de 2005 (foi uns dias antes, na verdade),a viagem neste meu barco de flores.Obrigada a todos os visitantes e remadores  pela companhia........................................
E continuemos,então,a viagem...

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13/01/12

12/01/12

DE AMICITIA -112


amigos

...será mesmo, Calvin? -:)

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corvos

O que é que os politólogos sabem?

O que é que os politólogos sabem?
Os politólogos sabem quais são as últimas tendências
 
Qual o estado actual da economia
A história das doutrinas

O que é que os politólogos não sabem?
Os politólogos não sabem nada de desespero
Não conhecem o jogo que consiste
Em ficar fora de jogo

Não lhes ocorre
Que ninguém sabe quando
É que as mudanças irrevogáveis podem acontecer
Por exemplo um banco de gelo que se parte de repente

E sabe-se como os recursos naturais
Incluem o conhecimento das leis veneráveis
A capacidade de surpreender
O sentido de humor


Artur Miedzyrzecki

(Versão de Luís Parrado- http://arspoetica-lp.blogspot.com/) 

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11/01/12

POETAS MEUS AMIGOS -159



A ouvir - poesia de Nuno Dempster:
Programa radiofónico dedicado à sua poesia:
http://campus.usal.es/~radiouni/sites/default/files/portugues19ctubre.mp3
(informação de Soledade Santos no FBook)

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OS MEUS POETAS - 231

fpessoa

Entepfuhl

"... Que é viajar, e para que serve viajar? Qualquer poente é o poente; não é mister ir vê-lo a Constantinopla. A sensação de libertação, que nasce das viagens? Posso tê-la saindo de Lisboa até Benfica, e tê-la mais intensamente do que quem vá de Lisboa à China, porque se a libertação não está em mim, não está para mim, em parte alguma. "Qualquer estrada", disse Carlyle, "até esta estrada de Entepfuhl, te leva até ao fim do mundo." Mas a estrada de Entepfuhl, se for seguida toda, e até ao fim, volta a Entepfuhl; de modo que Entepfuhl, onde já estávamos, é aquele mesmo fim do mundo que íamos buscar ..." 

Bernardo Soares/F.Pessoa - "Livro do desassossego".

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10/01/12

ARTE - 27

arte etrusca - leão alado

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LEITURAS - 176

Rachel_Giese.jpg

190

____________ Estas árvores balouçam na sua hesitação
Mas prosseguem. Os ramos mais altos precipitam-se,
Abrem no ar pousadas. Os mais baixos ocupam. Sol não
Falta. Há apenas a curva do caminho com incidências
Drásticas na sua respiração. Sim, há ainda as concorrentes,
As sementes ininterruptas, e o incompreensível desprezo
Dos humanos. Parasceve não diz. Se o cortarem, não
Reagirá. «Por que não entendeis a leveza de prosseguir?»


maria gabriela llansol
o começo de um livro é precioso

Encontrado em canaldepoesia.blogspot.com

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09/01/12

DA EDUCAÇÃO - 75


Photobucket
  
Os Quatro Erros
  
A educação do homem foi feita pelos seus erros: em primeiro lugar, ele nunca se viu senão imperfeitamente; em seguida, atribuiu-se qualidades imaginárias; em terceiro, sentiu-se em relações falsas diante da natureza e do reino animal; em quarto, nunca deixou de inventar tábuas do bem sempre novas e tomou cada uma delas durante um certo tempo como eterna e absoluta, de tal maneira que o primeiro lugar foi ocupado sucessivamente por este ou aquele instinto ou este ou aquele estado que enobrece esta apreciação. Ignorar o efeito destes quatro erros é suprimir a humanidade, o humanitarismo e a «dignidade humana». 

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

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06/01/12

POETAS MEUS AMIGOS -158

melancolie-t.lautrec
toulouse lautrec, retrato de suzanne valadon


No rasto da tristeza
Mal entrei 
vi 
a mulher passeava os olhos
 
nas paredes cheias do café
 
duas lágrimas de vinho no copo branco
 
uma maçã mordida ao lado do jogo de xadrez
 

Entrou-me aqui - disse a dona do café-
 
só adivinho misérias
 

Voltei a olhar
vi
 
a mulher tinha uma medalha no fio
 
nas mãos dois anéis de coração
 
um de vidro outro de ouro
 
olhava o fim da tarde na serpentina
 
da televisão
 


Um ruído sobressaltado e decifrado pela dona do café
 
-não tenho visto nada em condições
 
só adivinho misérias_
 


A mulher dizia isto
 
naquele tempo os campos só davam estradas
 
as estrelas morriam no calor das noites
 
havia um coração peregrino que era o meu
 
não sofria caminhos nem dava morte
 
anoitecia tanto
 
eu ainda não estava aqui
 

Levantou -se e veio ao meu encontro
 
disse -me
 
vou contar-lhe um segredo
 
cheguei pela margem aqui
 
estendeu-me as mãos frias
 
fechou os olhos
 
no contentamento de calor humano
 

eu não incomodo ninguém

José Ribeiro Marto
http://vaandando.blogspot.com/

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05/01/12

PENSAR -135

-tolentino-mendo...


"Talvez o mais importante fosse dizermos a nós próprios: 'hoje estive diante de um território que não entendi'; 'hoje folheei lentamente o que corria para além de mim'; 'hoje vi deflagrar o inatendido'. Porque entender é também reduzir."

José Tolentino de Mendonça 
encontrado em http://aldinaduarte.blogspot.com/

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04/01/12

Di Versos -revista de Poesia e Tradução



Acaba de sair o nº 16 desta revista, inserindo um dossiê sobre Novos Poetas do Canadá.Insere igualmente outros poetas traduzidos além de outros em língua portuguesa.Com a qualidade de sempre. A editora Sempre em Pé tem página no FaceBook.

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03/01/12

LEITURAS - 175

Photobucket
magritte

É vão acreditar-se - escreveu ela - que o amor possa advir de uma comunhão de espíritos, de pensamentos; é a explosão simultânea de dois espíritos empenhados no acto independente de se expandirem. E a sensação é a de que alguma coisa explodiu dentro deles, silenciosamente. Em torno deste acontecimento, assombrado e apreensivo, o apaixonado ou a apaixonada continua a viver examinando a sua própria experiência; apenas a gratidão cria nela a ilusão de que comunica com o seu amigo, mas é falso, porquanto ele nada lhe deu. O objecto amado é, simplesmente, aquele que viveu uma experiência igual no mesmo instante, como um Narciso; e o desejo de estar junto do objecto amado é devido, em primeiro lugar, não à ideia de possuí-lo, mas, simplesmente, de permitir a comparação entre as duas experiências, como a mesma imagem vista em espelhos diferentes. Tudo isto pode preceder o primeiro olhar, o primeiro beijo, o primeiro contacto; preceder a ambição, o orgulho e a cobiça; preceder as primeiras declarações que assinalam o ponto de viragem - pois a partir daqui o amor degenera em hábito, em posse e ... em solidão.

Lawrence Durrel 

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02/01/12

DESASSOSSEGOS - 130

por jeanne vogel

Libertação

Menino doido, olhei em volta, e vi-me
Fechado e só na grande sala escura.
(Abrir a porta, além de ser um crime,
Era impossível para a minha altura...)

Como passar o tempo?... E diverti-me
Desta maneira trágica e segura:
Pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me,
Desfiz trapos, arames, serradura...

Ah, meu menino histérico e precoce!
Tu, sim!, que tens mãos trágicas de posse,
E tens a inquietação da Descoberta!

O menino, por fim, tombou cansado;
O seu boneco aí jaz esfarelado...
E eu acho, nem sei como, a porta aberta!

José Régio

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01/01/12

FELIZ ANO NOVO!

  
de um cartão que recebi

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