30/11/11

"Vim ver-te, Fernando!"




No dia em que faz 76 anos que «dobrou a curva da estrada» e «deixou de ser visto»
recebido da Maria Azenha.Filmado no túmulo de Fernando Pessoa e nas grutas da Moeda em Mira d'Aire

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29/11/11

NOVEMBRO (quase a terminar)

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Os amarelos de novembro
Não tem palavras a minha canção preferida. Tem antes
os amarelos queimados de novembro. Gosto de gente antiga e
obscura, gente culpada, jovem ou envelhecida para
quem a vida não passa de um contínuo de sombra
por isso sei abraçar ___
por isso partem sem regresso.
Sombras que surpreendo – não quebres não
estragues o amarelo de novembro.



E aquele que está sentado à nossa frente é
entre todas as coisas
a ideia mais perfeita, a mais real, a mais sólida.
No instante seguinte nada sabemos.
É assim o nosso modo de ser 
e a própria
condição do amor. Destruir,
riscar até desaparecerem os amarelos de novembro.
João Miguel Fernandes Jorge
in Lagoeiros, Relógio d'Água
publi em  http://omelhoramigo.blogspot.com/2011/11/

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Fado Falado (por João Villaret)



http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=NTp-9BvvbEs#!

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27/11/11

Eu sempre gostei do fado...do vadio ao de agora...


É apenas um reconhecimento mundial...mas é claro que fiquei satisfeita

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De Cartas a um jovem poeta

26/11/11

O PRAZER DE LER -127

 ler

[As águas do rio-excerto] 
(...)
Àquela pergunta de bolso “se só pudesse escolher um livro para levar para uma ilha deserta onde passaria sozinho o resto da sua vida?” só se pode responder “o livro que nunca foi escrito”, que é como quem diz, todos os livros do mundo, a “Biblioteca” de Borges – porque talvez apenas exista no mundo um único livro. E temos duas hipóteses: quando esse livro for escrito deixará de haver livro, esse ou qualquer outro; ou, esse livro nunca poderá ser escrito. Num e noutro caso, porém, trata-se sempre do mesmo: da incessante busca do que não pode ser escrito (dito, lido, porque na verdade essas distinções pouco dizem do processo de procura). É a poesia, a arte, Deus ou qualquer outro artifício que nos leva à louca e insensata procura de atingir uma verdade sobre nós e mun do (tanto faz a precedência), sabendo, mesmo que não se saiba, que é coisa que não se pode alcançar. Nunca. E esse é o seu fascínio, da natureza do sagrado – ao mesmo tempo fascinante e terrífico.
 Carlos Alberto Machado
 O texto integral pode ser lido em

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25/11/11

SONHAR

encontrado no facebook

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OS MEUS POETAS - 232

música do mar

O mar

Esse mar é uma espécie de eternidade. Quando eu era criança, ele golpeava e golpeava. mas também já golpeava quando meu avô era criança, quando era criança o avô do meu avô. Uma presença móvel, porém sem vida. Uma presença de ondas escuras, insensíveis. Testemunha da história, testemunha inútil porque não sabe nada da história. E se o mar fosse Deus? Também uma testemunha insensível. Uma presença móvel, porém sem vida.
Mario Benedetti, em “A Trégua
encontrado em http://palavraguda.wordpress.com/

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24/11/11

OS MEUS POETAS - 231











Portugal


Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!

*

Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há “papo-de-anjo” que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós...



Alexandre O'Neill

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23/11/11

CHOCOLATE

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OMNIA VINCIT AMOR - 170




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Da qualidade da sua paixão


li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?

quando alguém morre também quero saber da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música,
pelo talento de algumas palavras para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?

E eu então indago de mim se eu próprio tenho paixão
se posso morrer gregamente



Herberto Helder, in a Faca não corta o fogo

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22/11/11

ARTE - 26

Turner-O Temerário

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DESASSOSSEGOS - 128

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 «Quem quer que não consiga dar-se bem com a sua própria vida, enquanto vive, precisa de uma mão para afastar um pouco o desespero sobre o seu próprio destino…mas com a outra mão pode anotar o que vê entre as ruínas, porque vê coisas diferentes, e mais coisas do que vêem os outros; afinal, morto como está durante a sua própria vida, é ele o verdadeiro sobrevivente.»-

Franz Kafka -Diário

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21/11/11

«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE » - 43


autores

Tatuagens complicadas do meu peito:
Troféus, emblemas, dois leões alados...
Mais, entre corações engrinaldados,
Um enorme, soberbo, amor-perfeito...

E o meu brasão ... Tem de oiro, num quartel
Vermelho, um lis; tem no outro uma donzela,
Em campo azul, de prata o corpo, aquela
Que é no meu braço como que um broquel.

Timbre: rompante, a megalomania...
Divisa: um ai – que insiste noite e dia
Lembrando ruínas, sepulturas rasas...

Entre castelos serpes batalhantes,
E águias de negro, desfraldando as asas,
Que realça de oiro um colar de besantes!


Camilo Pessanha,Clepsydra

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20/11/11

LEITURAS - 176


Crónica de uma morte anunciada
«No dia em que iam matá-lo, Santiago Na­sar levantou-se às 5.30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo. Tinha sonha­do que atravessava uma mata de figueiras­-bravas, onde caía uma chuva miúda. e branda, e por instantes foi feliz no sono, mas ao acor­dar sentiu-se todo borrado de caca de pássaros.
" Sonhava sempre com árvores", disse-me a mãe, Plácida Linero, recordando 27 anos de­pois os pormenores daquela segunda-feira ingrata. "Na semana anterior tinha sonhado que ia sozinho num avião" de papel de estanho que voava sem tropeçar por entre as amendoeiras,- disse-me. Tinha uma reputação bastante bem ganha de intérprete certeira dos sonhos alheios, desde que lhos contassem em jejum, mas não descobrira qualquer augúrio aziago nesses dois sonhos do filho, nem nos restantes.»
Gabriel Garcia Marquez
Primeira página de Crónica de uma morte anunciada, 1988

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19/11/11

PÉROLAS - 236

frio.jpg (277×201)

Livro do frio

Estou nu diante da água imóvel. Deixei minha roupa
no silêncio dos últimos ramos.
Isto era o destino:
chegar à margem e ter medo da quietude da água.



Antonio Gamoneda
trad. José Bento

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18/11/11

Verra' La Morte e Avra' i Tuoi Occhi




Virá a morte e terá os teus olhos

Virá a morte e terá os teus olhos 
esta morte que nos acompanha 
da manhã à noite, insone, 
surda, como um velho remorso 
ou um vício absurdo. Os teus olhos 
serão uma palavra vã, 
um grito emudecido, um silêncio. 
Assim os vejo todas as manhãs 
quando sobre ti te inclinas 
ao espelho. Ó cara esperança, 
nesse dia saberemos também nós, 
que és a vida e és o nada.
Para todos a morte tem um olhar. 
Virá a morte e terá os teus olhos. 
Será como deixar um vício, 
como ver no espelho 
re-emergir um rosto morto, 
como ouvir lábios cerrados. 
Desceremos ao vórtice mudo.

Cesare Pavese (aqui dito por Vittorio Gassman)
tradução de Jorge de Sena
ver  - http://www.youtube.com/watch?v=MDtaE0Cbayo&feature=share)

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17/11/11

POETAS MEUS AMIGOS -154

Lau Siqueira

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16/11/11

DA EDUCAÇÃO -74

“Para ensinar sempre é necessário o amar e o saber, porque quem não ama não quer, e quem não sabe não pode”


Padre António Vieira

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15/11/11

ESCREVER - 103


Há rhytmos verbais que são bailados, em que a ideia se desnuda sinuosamente,numa sensualidade translúcida e perfeita.



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14/11/11

OS MEUS POETAS - 230










Transmutação de um poema de Arquíloco de Paros

Seus dedos leves ardejavam
sobre rosas
como se brincassem.

sobre a nuca e o pescoço alto
agitava-lhe a brisa
os cabelos escuros.

E neles brincava
a luz maravilhada.


Rui Knopfli

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13/11/11

summertime

12/11/11

NOCTURNOS - 104










Pouco sei da noite
mas a noite parece saber de mim,
e para mais, conforta-me como se me desejasse,
cobre-me a consciência com as suas estrelas.

Talvez a noite seja a vida e o sol a morte.
Provavelmente a noite é nada
e nada as conjecturas sobre ela
e nada os seres que a vivem.
Talvez as palavras sejam tudo o que existe
no enorme vazio dos séculos
que nos arranham a alma com as suas recordações.

Mas a noite há-de conhecer a miséria
que bebe do nosso sangue e das nossas ideias.
Ela há-de atirar ódio às nossas observações
sabendo-as cheias de interesses, de desencontros.

Mas sucede que ouço a noite chorar nos meus ossos.
A sua lágrima imensa delira
e grita que algo partiu para sempre.

Um dia voltaremos a ser
.



Alejandra Pizarnik, in Las Aventuras Perdidas
 Versão de HMBF  in  http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/

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11/11/11

PÉROLAS - 235

Só ela compreendia o som dos meus silêncios. Temia às vezes que o tempo hostil fugisse enquanto conversávamos. Depois disso esvaiu-se-me a memória e vejo-me agora a falar dela contigo, entre espirais de fumo que anuviam a nossa comoção. Esta é a parte de mim que encontro mudada: o sentimento, em si, informe, neste agora que é apenas saudade.

Eugénio Montale
colocado em http://cortenaaldeia.blogspot.com

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10/11/11

PENSAR-133



A Pátria não é a terra; não é o bosque, o rio, o vale, a montanha, a árvore, a bonina: são-no os afectos que esses objectos nos recordam na história da vida...



Alexandre Herculano
pindaro

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09/11/11

Lizz Wright - Amazing Grace (a capella)

08/11/11

O PRAZER DE LER -126

ler

Livros para deitar fora

Confesso: não sou capaz de deitar livros fora. De resto, eu pertenço a uma geração que tem muita dificuldade em deitar fora seja o que for. Por isso os objectos vão-se acumulando e eu perguntando-me "o que é que faço a isto?" Já pensei em fazer uma trouxa e ir vendê-los para a Feira da Ladra, mas os meus horários não me permitem ficar lá uma data de horas à espera de ver aparecer multidões interessadas em galhardetes, quadros com o brazão de juntas de freguesia de terras que nem sei onde ficam, frascos de perfume há muito vazios, amostras de tecidos, restos de lãs que nem para quadrados de mantas de patchwork já servem, etc.
Mesmo assim, de vez em quando tapo a vista com a mão, encho-me de coragem, e reúno sacos a abarrotar de lixarada, e venho colocá-los à noite ao lado dos contentores, não vá passar alguém que ainda lhes descubra serventia. Mas livros é que não. Livros não sou mesmo capaz. O pior é que, para lá de receber muitos livros (os meus amigos pertencem quase todos ao ramo…), eu ainda sou uma compradora compulsiva! Compro livros porque são de autores de que eu gosto, ou porque li uma crítica que me entusiasmou, ou até - assumo… - porque têm capas que são um espanto… Mas às vezes, prometem muito e dão pouco. Então, periodicamente, encho caixotes de livros que vou enviando para bibliotecas ou escolas: livros que sei que nunca mais vou reler, livros que tenho em várias reedições, ou até livros de que eu, pessoalmente, até posso não gostar mas entendo que outros amem de paixão.
Mas não é desses que estou a falar: refiro-me àqueles que não mereceriam (se eu fosse capaz…) outro destino a não ser o lixo. Tão maus, ou tão inúteis, ou tão fora de prazo que não me passa pela cabeça dá-los nem ao meu pior inimigo. Nos primeiros tempos da revolução, quando, de repente, descobrimos que podíamos viajar para os países até então proibidos da Europa de Leste, era fatal: regressávamos todos de lá vergados ao peso de toneladas de volumes encadernados com todas as intervenções dos camaradas nos diversos órgãos de soberania dos seus países. E - requinte dos requintes! - muitos deles na língua original. Lembro-me de ter tido de comprar um saco só para nele enfiar os discursos do camarada Jivkov, que me ofereceram na minha primeira ida à Bulgária. Digam-me: o que é que eu lhes faço?
Contava o meu querido Alçada Baptista que uma das suas tias, ao ver-se confrontada com a pergunta de uma das criadas ("o que é que eu faço às listas velhas do telefone?") terá respondido: " dê a um pobrezinho."
Se calhar, vou seguir-lhe o exemplo. Tal como eu, ela também era de um tempo em que não se deitava nada fora.

Alice Vieira -JN,9.05.09

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07/11/11

POEMAS COM ROSAS DENTRO - 100

rosas

Luz no círculo

Repousa no espaço da noite. Repousa.
Vê as estrelas
dançando nos pinheirais.
Vê os lagos que se recolhem ao vazio.
O vazio de todas as coisas:
o fundo milagroso onde o centro existe.
Porque tu ainda és uma flor submersa,
porque tu aprendes a língua dos sonhos.

Enigmas de obeliscos nos corpos das sombras,
projecções de encontro à parede...
por trás dos cortinados um hieróglifo carnal,
um silêncio,
o sangue do cântico nas águas do regato.
Deixa-te levar no fluxo do círculo polifónico,
deixa-te rolar pelo moinho das coisas.
Mais leve que a pena, desce a ti.

Febril como uma bailarina entre rosas,
a mão toca as coisas e ao tocá-las transforma-as.
Nada é o que já foi.
As palavras são espaços redondos, frutos que se
geram na luz dos sentidos...
Agora, aprendes que definir uma rosa é o mesmo
que definir o mundo.



Luís Costa
Recolhido em  http://wind9.blogspot.com/

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06/11/11

DO FALAR POESIA - 136



elegia breve à poesia


fugitivo passar pela retina,
no virar de uma esquina ou de um silêncio,
a tua ausência é este ensombramento,

porém que a despedida seja breve
e que voltes com um relâmpago, um
desvendar-se do mundo entrecortando

dobras desamparadas do real.
e eu pergunto: que vozes do crepúsculo
se apagavam então? talvez o vento

agitasse tristezas na folhagem,
e esse fosse o frémito dos seus
melancólicos sinais rumorejando,

ou talvez fosse a cama de hospital
e o branco desolado das paredes
e a mudez de estranhos aparelhos,

ou talvez fosse o próprio esquecimento
de que irias voltar, ou resvalar
numa lenta passagem de tercetos.



Vasco da Graça Moura

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05/11/11

Se não for cuidadoso

encontrado no FBook

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PENSAR - 132

[TEATRO]

 (...)
Sonho com uma crítica violenta, parcial, fraterna,. Injusta se  conseguirem, apaixonada filha da obra, sua antagonista e companheira, não quero viver sozinho. Mas que fazer agora que a imprensa é a voz da unanimidade e o Sol parece que voltou a girar à volta dos bancos – que já não são os dos Médicis?

Jorge Silva Melo


Resumo da conferência Não gosto dos críticos, proferida no Grande Auditóriio da Culturgest a 26 de Setembro de 2011
Publ. em Atual-Expresso, em 22 de nov.2011

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04/11/11

DESASSOSSEGOS - 126
















Do significado
A paisagem não vale a pena.
Pesa dizê-lo assim tão duramente,
mas o que posso fazer contra os mascarados
que penetraram os altos muros
e agora coabitam os aposentos desolados?
Já não vale a pena a manhã.
Os embuçados chegaram em surdina
e foram destroçando todos os pilares,
todas as primaveras, as lúcidas esperanças,
vultos tão horrendos que paralisaram o dia.
A noite não significa mais nada.
As casas dormem e não significam nada.
O vento cortou-se em mil fatias de desespero.
Que dimensão canta além da treva,
a face repousada, os olhos claros?
Afonso Henriques Neto 

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03/11/11

OS MEUS POETAS - 229

No dia em que se celebra a 1ºedição deste livro inaugural de um dos grandes poetas do s.XX -Colóquio Internacional na Fundação Gulbenkian

ler
Emprego e Desemprego do Poeta
 Deixai que em suas mãos cresça o poema
como o som do avião no céu sem nuvens
ou no surdo verão as manhãs de domingo
Não lhe digais que é mão-de-obra a mais
que o tempo não está para a poesia


Publicar versos em jornais que tiram milhares
talvez até alguns milhões de exemplares
haverá coisa que se lhe compare?
Grandes mulheres como semiramis
públia hortênsia de castro ou vitória colonna
todas aquelas que mais íntimo morreram
não fizeram tanto por se imortalizar



Oh que agradável não é ver um poeta em exercício 
chegar mesmo a fazer versos a pedido
versos que ao lê-los o mais arguto crítico em vão procuraria
quem evitasse a guerra maiúsculas-minúsculas melhor
Bem mais do que a harmonia entre os irmãos
o poeta em exercício é como azeite precioso derramado
na cabeça e na barba de aarão


Chorai profissionais da caridade
pelo pobre poeta aposentado
que já nem sabe onde ir buscar os versos
Abandonado pela poesia
oh como são compridos para ele os dias
nem mesmo sabe aonde pôr as mãos


 autores,poesia Ruy Belo, in Aquele Grande Rio Eufrates


Obs:O colóquio pode ser seguido em directo em http://www.livestream.com/fcglive

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COIMBRA/ABRIL EM PORTUGAL



http://www.youtube.com/watch?v=pgekMkn6YKQ

COIMBRA/Abril em Portugal/April in Portugal

-versão jazística da mais conhecida canção portuguesa - e logo por Louis Armstrong...Vejam quantos e quantas e já cantaram o Coimbra/Avril au Portugal/April in Portugal - procurando no youtube...

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DO FALAR POESIA - 137


 Rubens Guilherme Pesenti
encontrado no Fbook

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02/11/11

OS MEUS POETAS - 229



http://www.youtube.com/watch?v=ZNWEmKLLFWA&feature=related

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01/11/11

halloween -dia das bruxas


encontrado no FB

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DA EDUCAÇÃO -73

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[Em má tradução] : Na escola aprende-se sobre o pretérito simples, mas nada sobre o futuro complicado....
(encontrado no FB)

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