16/03/10

NOCTURNOS - 81





Serenata

Homenagem a Lope de Vega

Pelas ribeiras do rio
está a noite a molhar-se
e nos peitos de Lolita
só de amor morrem os ramos.

Só de amor morrem os ramos.

A noite canta despida
sobre as pontes que tem Março.
Lolita lava o seu corpo
com água salgada e nardos.

Só de amor morrem os ramos.

A noite de anis e prata
rebrilha pelos telhados,
Prata de arroios e espelhos.
Anis de tuas coxas brancas.

Só de amor morrem os ramos.


Federico García Lorca

Recolhido em http://insensatezz.no.sapo.pt/palavras/noite00.htm

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