30/01/10

LI E GOSTEI



Os aeroportos são rampas donde partem
grandes naves em busca da humanidade,
rumo ao calor de estar vivo.

naus celestes que demandam o amor ao mundo
e a variada gente, e a cor das cidades,
e possuir o tempo no tempo que pulsa da vida.

Nos olhos vai a claridade dos poemas,

a essência do absoluto impossível,

não uma palavra,
mas todas as que haveriam de existir
para que todas as dissesse
e a unidade delas se tornasse em beleza,
essa ideia que se afasta
e volta sempre como agora.

«Apertem os cintos por favor. Não é permitido
o uso de aparelhos electrónicos durante o voo.
Mantenham os telemóveis desligados.

Sorrio.
Não me agarrarão mais do lado de lá do dia-a-dia,
não lhes é comum ouvir

«Senhores passageiros voamos a onze mil metros de

[altitude»,

nem é possível perseguirem-me nas auto-estradas do
[ espaço.

[...]


-versos iniciais do novo livro de
Nuno Dempster, Londres
ed &etc., Lisboa, Jan.2010

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