QUATRO POEMAS DE NATAL
[quarto]
A Estrela-a’Alva cintila,
São Nicolau vai chegar!
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
Mãe, a lua, de tão tonta,
Passa roçando a montanha
E não pára a descansar!
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
Eu quero colher no campo
A erva listada de prata,
A erva que de madrugada
Estava toda verdinha.
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
É verdade que esta noite
Se às estrelas erradias
Eu pedir o que desejo,
O céu o concederá?
Diz-me, mãe, se é verdade,
Olha que quero pedir-lhes
Que tua máquina pare
E que tu não cosas mais.
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
Iremos colher os pêssegos
Saborosos, os morangos
Vermelhos para comê-los
Com leite fresco...
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
Partamos, mãe, sem demora.
Eu quero ser o primeiro
Para ver como lá chegam
Os Três magos a Belém.
Me leva, minha mãe, me leva a Galipán!
Que formoso o meu Natal!
Pêssegos grandes,
Erva de prata,
Moranguinhos vermelhos
Com leite fresco...
Encontrarei nos sapatos
O presente que ao céu peço:
Minha mãe não cosa mais!
Mãe, ainda que não queiras,
Irei hoje a Galipán!
Pablo Rojas Guardiã (venezuelano)
Tradução de Manuel Bandeira
Etiquetas: efemérides
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