25/08/09

OMNIA VINCIT AMOR - 128



[Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor]


Nunca nos separamos do primeiro amor. Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre; e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.

Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar todas as pessoas, como proclamam alguns, e os cristãos. Isso é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras -in 'Mundo Exterior'

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