«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» - 37
Vida
Choveu; e logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliáceas
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem, recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadem
Não as extinguem, porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada…Que lumaréu!
Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
- E se arde tudo? - Isso que tem!
Deitam-lhe fogo, é para arder…
Camilo Pessanha
Etiquetas: sentir veladamente
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