«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» - 36
Depois da luta e depois da conquista
Fiquei só! Fora um acto antipático!
Deserta a Ilha, e no lençol aquático
Tudo verde, verde – a perder de vista.
Porque vos fostes, minhas caravelas,
Carregadas de todo o meu tesoiro?
– Longas teias de luar de lhama de oiro.
Legendas a diamantes das estrelas!
Quem vos desfez, formas inconsistentes
Por cujo amor escalei a muralha,
– Leão armado, uma espada nos dentes?
Felizes vós, ó mortos da batalha!
Sonhais, de costas, nos olhos abertos
Reflectindo as estrelas, boquiabertos...
Camilo Pessanha,Clepsydra
Etiquetas: sentir veladamente
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