10/01/09

NOCTURNOS - 65



Quando sai para os céus a lua citadina

Quando sai para os céus a lua citadina,
E a noite prenhe de cobre e mágoa cresce,
E de lua a cidade espessa se ilumina,
E a cera canora ao tempo rude cede,

E na sua torre de pedra o cuco chora,
E a pobre ceifeira – no mundo dessangrado –
Ajeita de leves agulhas da sombra enorme
E as lança, palha amarela, no sobrado...


Ossip Mandelstam

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