09/01/09

POEMAS COM ROSAS DENTRO - 62




A flor mais humilde

Voltarei. À tarde, quando os sinos percutem no aço das calçadas e o vento sul carrega seus ocos cilindros - os cavos ecos dum passado de armadilhas, de esporas e de espadas. Voltarei, ao crepúsculo. Entrarei no templo e


deixarei
nos claustros da noite
uma rosa tecida
de orvalho e de sangue. Uma rosa
de cinza e esquecimento. Ou
talvez um lírio, a flor
mais humilde adormecida
numa tela de Grão Vasco.

Albano Martins

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