«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» - 18
Queda
(A João P. Vasco)
O meu coração desce,
Um balão apagado.
Melhor fora que ardesse
Nas trevas incendiado.
Na bruma fastidienta...
Como à cova um caixão.
Porque ante não rebenta
Rubro, numa explosão?
Que apego inda o sustem?
Átono, miserando.
Que o esmagasse o trem
De um comboio arquejando.
O inane, vil despojo.
Da alma egoísta e fraca...
Trouxesse-o o mar de rojo
Levasse-o na ressaca.
Camilo Pessanha,Clepsydra
Etiquetas: desassossegos, sentir veladamente
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