LER OS CLÁSSICOS - 130
À sombra da tília
À sombra da tília,
num prado,
onde ficava nossa cama,
aí talvez encontreis
ambas as coisas:
flores esmagadas e grama.
Ante a floresta, num vale afastado
"tandaradei!"
docemente o rouxinol tem cantado.
Eu ia indo
para o prado,
aí meu amigo já havia chegado.
Então fui recebida,
nobre dama,
que cada vez sou mais feliz.
Beijou-me? Mil vezes o fiz!
"Tandaradei!"
Vede quão rubra está a minha boca.
Então ele preparou-me
uma sumptuosa cama
de flores.
Agora rimo-nos
descuidosos ,
quando alguém vem pelo mesmo caminho.
Ao ver as rosas, nota perfeitamente
tandaradei,
onde a minha cabeça esteve deitada.
Deus não permita
que alguém saiba
que ele esteve deitado comigo
pois eu teria muita vergonha.
Que nunca ninguém saiba o que ele fez comigo
excepto ele e eu
e um passarinho pequenino
tandaradei,
que de certo ficará caladinho.
Walther von der Vogelweide
Áustria, (1170? 1230?)
Nota: as duas estrofes finais foram traduzidas e enviadas pela Júlia Guarda Ribeiro ;das primeiras desconheço o tradutor.
Etiquetas: ler os clássicos, omnia vincit amor
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