27/08/10

LEITURAS - 147



[...] E se, depois de tantos anos a viver na cidade, não reconhecermos o caminho, não somos capazes de encontrar sozinhos a casa situada nas terras dos nossos antepassados, andamos ás voltas, às apalpadelas, apesar de pensarmos ter guardado intacta a recordação dessa casa; intacto o seu esconderijo nas barbas de milho, contra a latada e sob a poeira vermelha da eira, a cozinha à esquerda, a fachada disforme, com o forno de pão, o estábulo no outro extremo, a barra cor-de-rosa e o muro; se regressamos depois de tantos anos e entramos, como se entrássemos em nossa casa, nessa casa que é nossa , por ter pertencido ao pai, onde, por ser nossa, temos alguns direitos...[...]

Brigitte Paulino-Neto -A Melancolia do Geógrafo
encontrado em aguarelas de turner-http://aguarelast.blogspot.com/

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