05/01/10

«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» -39



Rosas de inverno

Corolas, que floristes
Ao sol do inverno, avaro,
Tão glácido e tão claro
Por estas manhãs tristes.

Gloriosa floração,
Surdida, por engano,
No agonizar do ano,
Tão fora da estação!

Sorrindo‑vos amigas,
Nos ásperos caminhos,
Aos olhos dos velhinhos,
Às almas das mendigas!

Desse Natal de inválidos
Transmito‑vos a bênção,
Com que vos recompensam
Os seus sorrisos pálidos.


Camilo Pessanha, Clepsydra

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