04/01/10

ALBERT CAMUS - Estrangeiro, Sísifo, Homem Revoltado




No 50ºaniversário da morte daquele que, para tantos de nós, foi claridade

A característica do homem absurdo é não acreditar no sentido profundo das coisas. Ele percorre, armazena e queima os rostos calorosos ou maravilhados. O tempo caminha com ele. O homem absurdo é aquele que não se separa do tempo.

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Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.

Albert Camus
Para saber mais, consulte, entre outras possíveis, a página
http://filosofocamus.sites.uol.com.br/

ou o

dossiê especial do Nouvel Observateur de hoje: http://tempsreel.nouvelobs.com/speciales/albert_camus/

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