«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» - 38
No claustro de Celas
Eis quanto resta do idílio acabado,
– Primavera que durou um momento...
Como vão longe as manhãs do convento!
– Do alegre conventinho abandonado...
Tudo acabou... Anémonas, hidrângeas,
Silindras – flores tão nossas amigas!
No claustro agora viçam as ortigas,
Rojam-se cobras pelas velhas lájeas.
Sobre a inscrição do teu nome delido!
– Que os meus olhos mal podem soletrar,
Cansados ... E o aroma fenecido
Que se evola do teu nome vulgar!
Enobreceu-o a quietação do olvido,
Ó doce, ingénua, inscrição tumular.
Camilo Pessanha,Clepsydra
Etiquetas: sentir veladamente
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