«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE" - 22
A João Vasco
(Numa ceia da noite de despedidapara uma longa separação)
(Numa ceia da noite de despedidapara uma longa separação)
A boémia não morreu.
Eis‑nos com cabelos brancos:
E, todavia, os barrancos
Do seu destino, e do meu,
Se nos quebraram as pernas,
As asas não as partiram.
Em que altos sonhos deliram
As nossas almas eternas.
Depois de tantos baldões.
Devera ter‑se ido a fé:
Temos tido pontapé
Das mais caras ilusões...
E não morre a mocidade!
Após enganos. enganos...
pois só daqui a cem anos
Choraremos de saudade?
Camilo Pessanha, Clepsydra
Etiquetas: sentir veladamente
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