«ENSINOU A SENTIR VELADAMENTE» - 7
Quando voltei encontrei os meus passos
Ainda frescos sobre a húmida areia.
A fugitiva hora, revoquei-a,
—Tão rediviva! Nos meus olhos baços...
Olhos turvos de lágrimas contidas.
— Mesquinhos passos, porque doidejastes
Assim transviados, e depois tornastes
Ao ponto das primeiras despedidas?
Onde fostes sem tino, ao vento vário,
Em redor, como as aves num aviário,
Até que a asita fofa lhes faleça...
Toda essa extensa pista — para quê?
Se há-de vir apagar-vos a maré,
Como as do novo rasto que começa...
Camilo Pessanha, Clepsydra
Etiquetas: sentir veladamente
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