06/01/07

OS MEUS POETAS - 66




Com um só fósforo ilumino o infinito

Com um só fósforo ilumino o infinito.
E muitas vezes o infinito é algo
muito próximo, um livro, uma chávena
de chá, o teu rosto escondido
na penumbra, o retrato de alguém desconhecido
que de uma praça, acena,
um fio de tabaco, um monograma
num lenço muito branco.
O infinito o mais das vezes é
não mais do que o que toca o coração,
uma leve poeira pelo ar, um ponto fixo
que a mão ousa tocar, esta chama
que de repente amplia a escuridão
e me torna visível a quem passa
e no clarão acende o seu cigarro.


Amadeu Baptista - in revista águas furtadas 4+5-2003
encontrado em -http://aguarelast.blogspot.com/

Etiquetas:

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com Licença Creative Commons