[Ontem] morreu "O Livro de Cesário Verde": vivam os Cânticos do Realismo
Ontem fez-se história.* Teresa Sobral Cunha arrumou definitivamente um velho tabú da literatura portuguesa. O erroneamente crismado "Livro de Cesário Verde" - título da lavra de Silva Pinto - dado à estampa em 1887, chama-se, afinal, Cânticos do Realismo, conforme vontade expressa do poeta em carta publicada no Diário da Tarde em Novembro de 1883, : "as poesias vão dentro em pouco ser publicadas em volume, sob o título Cânticos do Realismo". Num notável trabalho filológico e interpretativo, marcado pela absoluta racionalidade com que a investigadora devasta mitos e lugares-comuns, mas animada igualmente por uma paixão declarada por Cesário, Teresa Sobral Cunha é a antítese de um meio académico que prefere a mentira canónica à verdade. Ontem fez-se história. A partir de hoje acabou o "Livro de Cesário Verde". Se quiserem referi-lo com propriedade, usem, pf, Cânticos do Realismo. in
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* o «ontem» refere-se ao dia 20 de abril de 2006 ; confirmo, porque já o li, a opinião expressa; é, a meu ver, a edição definitiva de Cesário Verde.
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