17/05/06

LEITURAS - 5



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Corre a nuvem, de cinzenta que era passou a ser leitosa e brilhante, o céu atrás dela tornou-se negro, é noite, as estrelas acenderam-se, a lua é um grande espelho resplandecente que voa. Quem reconheceria agora nela a lua de algumas horas atrás? Agora é um lago de luminosidade, que espalha raios de luz à sua volta, entornando no escuro um halo de fria prata e inundando de branca luz o caminho dos noctívagos.
Não restam dúvidas de que aquela que agora começa é uma esplêndida noite de plenilúnio de Inverno. Nesta altura, tendo-se assegurado de que a lua já não necessita dele, o senhor Palomar regressa a casa.

Italo Calvino, Palomar
Ed.Teorema. Lisboa

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