18/04/06

NOCTURNOS - 1



Adulta é a noite onde cresce
o teu corpo azul. A claridade
que se dá em troca dos meus ombros
cansados. Reflexos coloridos.

Amei o amor. Amei-te meu amor sobre ervas
orvalhadas. Não eras tu porém
o fim dessa estrada
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos
amadurecem) a transparência, o caminho.

A noite por ti despida. Lume e perfume
do sol. Íntimo rumor do mundo.


Casimiro de Brito

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