LER OS CLÁSSICOS - 23
dante gabriel rossetti
À Cassandre
Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avait éclose
Sa robe de pourpre au soleil,
A point perdu cette vesprée
Les plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vôtre pareil.
Las ! Voyez comme en peu d’espace,
Mignonne, elle a dessus la place,
Las, las ses beautés laissé choir !
O vraiment marâtre Nature,
Puisqu’une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir!
Donc, si vous me croyez, mignonne,
Tandis que votre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez votre jeunesse :
Comme à cette fleur, la vieillesse
Fera ternir votre beauté.
Pierre de Ronsard - s.XVI
A Cassandra
Vamos, meu bem, a ver se a rosa
que esta manhã, ao sol, airosa,
a sua roupa abriu vermelha,
não perde em hora vespertina
pregas da veste purpurina
e a tez que à vossa se assemelha.
Ai, vede como em pouco espaço
ela deixou, ai, triste passo,
toda a beleza fenecer.
Ah, que madrasta é a Natura
pois flor assim mais já não dura
que entre manhã a anoitecer.
Pois se me credes, vós, meu bem,
enquanto a idade em flor vos tem
nessas primícias de verdura,
colhei, colhei a mocidade
que como à flor a velhice
há-de turvar a vossa formosura.
Trad. de Vasco da Graça Moura
que esta manhã, ao sol, airosa,
a sua roupa abriu vermelha,
não perde em hora vespertina
pregas da veste purpurina
e a tez que à vossa se assemelha.
Ai, vede como em pouco espaço
ela deixou, ai, triste passo,
toda a beleza fenecer.
Ah, que madrasta é a Natura
pois flor assim mais já não dura
que entre manhã a anoitecer.
Pois se me credes, vós, meu bem,
enquanto a idade em flor vos tem
nessas primícias de verdura,
colhei, colhei a mocidade
que como à flor a velhice
há-de turvar a vossa formosura.
Trad. de Vasco da Graça Moura
in Alguns Amores de Ronsard – Lisboa,Bertrand, 2003
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