O PRAZER DE LER -26
Elogio do livro
Convençam-se: nenhuma escrita digital conseguirá superar o livro. Porque o papel não é apenas papel. Nele as palavras respiram. Amarelecem. Têm cicatrizes. Carregam anos, anotações de margem, cheiros. Só no papel fazem sentido versos como «Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado», de Herberto Helder. O papel expressa-nos como lume em dia de chuva. Acaricia-nos. É cúmplice dos nossos vestígios que estão para lá do concreto, porque apenas a leitura-escrita primitiva permite a evocação da verdade inalterável das coisas. Da consumação do subjectivo.
Tiago Barbosa Ribeiro - in http://laplage.blogs.sapo.pt/
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