30/08/05

DO FALAR POESIA - 31

Image hosted by Photobucket.com



aprendizagem da poesia

Durou muitos anos, aquele verão.
Crescíamos sem pressa com o trigo
e as abelhas. Com o sol
corríamos para a àgua, à noite
num verso de Shakespeare ou
na nossa boca uma estrela dançava.
Aprendíamos a amar, aprendíamos
a morrer. A todos os sentidos
pedíamos para escutar o rumor,
não do mundo, que ninguém abarca,
apenas da brancura de uma folha
e outra folha ainda de papel.


Eugénio de Andrade

Etiquetas:

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com Licença Creative Commons