30/06/05

POEMAS DE AMIGOS - 7

Image hosted by Photobucket.com

De Novo as Árvores

Regresso às minhas árvores. São deuses
sucedâneos de deuses já perdidos
e os únicos que guardam a eternidade,
o solitário tempo alheio
que nem sequer nos toca, ideia apenas
ou fluido onde ninguém mergulha as mãos.
Sozinho enfim, olhando os cirros
e a paisagem urbana além dos vidros,
despida de qualquer esperança nas linhas
exactas e desertas, as árvores são
quanto resta ao olhar melancólico
que trata vagamente de elegias,
enquanto, lenta, a névoa vai subindo.


Nuno Dempster

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com Licença Creative Commons