16/09/10

DO FALAR POESIA - 120

jogos gregos

Espírito Olímpico

Há palavras que nunca servem
e palavras que se adaptam ao que pretendemos.
Talvez haja alguma apropriada para morrer.

O poeta deve procurar a palavra certa?
Deixemo-nos de conversas.
Temos à disposição palavras limpas
e palavras com restos de terra e sujidade.
Qualquer palavra se pode confundir com outra.
Já não é possível confiar em palavras.

Transferem-mos, os versos? Mundo
e condição, os versos e a vida igual
de quem os escreve, com facturas
e pequenas glórias e desumanidades,
qualquer que seja o lado da muralha.

Às vezes ouvimos mal a palavra
que traz dentro um verso. Imperfeito?
Escrevemos o que não queremos,
repetimos erros, aprendemos,
quase tudo uma questão de sorte.
Quarenta dias. Apenas quarenta dias.


José Ricardo Nunes, Versos Olímpicos
In blogue do jornal de letras- http://bloguedeletras.blogspot.com/ -29-‘5.09

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