16/03/08

LEITURAS - 69



O primeiro movimento da manhã é a escolha do vento;
nada é indiferente ao corpo que acorda para mais uma descida pela vida;
no ritmo da cor, escolhe um tecido, e seu feitio presente.
Fica cingida a ele, desnuda a própria face.
A caneta interrompe a narrativa do diário em bruto. O quarto vibra em tumultuoso silêncio. Deste modo se levanta e caminha para a visão que lhe é preciosa, tanto quanto a palavra da sua língua, tanto quanto a companhia dos companheiros ausentes e presentes.
Escreve no registo para as compras do dia
grão,
batatas,
água.
Maria Gabriela Llansol, Os Cantores de Leitura

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