23/02/07

CRAVOS PARA ZECA AFONSO



Venham mais cinco
Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
D'aquém e além-Mar
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustém
Só nesta rusga
Não há lugar
Prós filhos da mãe
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
(continua a ser tempo, tantos anos depois, Zeca das nossas esperanças - no 20ºaniversário da tua partida «tão cedo desta vida descontente» -de embalar a trouxa, zarpar - e, sobretudo, de animar a malta - porque faz falta)

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