10/01/06

POETAS AMIGOS - 29



O céu sempre azul da Grécia

A cabeça dói. O estômago agita-se.
Longe a poesia, quase tão longe
como quando as armas rompem
e as musas emudecem.
Da alegria nascem?
Ou da dor as canções?
Nascem. No entulho, na podridão
nascem. E sempre o sol as queima,
e reina, no límpido horizonte,
e a doença e a corrupção e a morte
imortal, miopia apenas.

Aurélio Porto
[ inédito em livro - publicado na revista DiVersos-1 ]

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