10/09/05

POETAS AMIGOS-16



dança

Não se ouvem os passos, só
os vultos parecem cortar o ar em zumbidos
adivinhados. Se de um filme se tratasse
talvez os pudesse fazer voar. Não se lhes sente
o peso sobre as folhas secas. Ouvem-se as folhas
secas. Umas a dançar com as outras. Não se ouvem
morrer as folhas quebradas pelo
peso silente dos vultos. Apenas ciciam
as folhas que dançam.


Jorge Pereira- ( a geometria da inexistência)
http://www.extensamadrugada.blogspot.com

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