NOCTURNOS - 39
Entre a sombra e a noite há um submisso instante
de preparação.
Aberto espaço onde aves não cantam,
imaculado, instantâneo refúgio.
Entre a sombra e a noite, único passo!
— E é serena e frágil a presença
dos nossos vultos passageiros
isolados na própria condição.
Onde nada se move, uma estrela suspensa.
E tão inutilmente despedaço o encanto,
e tão súbita me vem uma tristeza antiga,
que entre a sombra e a noite encontro o meu refúgio
— o intocável, único espaço.
Maria Alberta Meneres
«achado» em http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/
Etiquetas: nocturnos
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