DO FALAR POESIA - 114
Uma espécie de mentir
Poesia é uma espécie de mentir,
necessariamente. Para proveito do poeta
ou da beleza. Mas também nisso
a verdade pode ser dita só assim.
Aqueles que, admiravelmente, recusam
falsificar (tal como aqueles que não querem
arriscar fingimentos) estão excluídos
de dizerem sequer tanto como isso.
Degas disse que não pintava
aquilo que via, mas aquilo
que os tornaria capazes de ver
a coisa que ele tinha.
Jack Gilbert
Trad. de Lídia Rodrigues
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