05/11/08

Um homem bom








John Howard Griffin
( 1920 - 1980)


do «I have a dream »
ao «Yes (we) can! »


No momento em que um negro (mais propriamente um mestiço) alcança o lugar de presidente do Estados Unidos da América, dando corpo ao sonho de Martin Luther King e de tantos seus companheiros nos anos 60, é-me grato lembrar a figura de um homem bom que conheci e de quem sucedeu ser intérprete, como tradutora simultânea para o português, na Université de la Paix, fundada pelo dominicano, Prémio Nobel da Paz de 1958, Dominique Pire.
Chamava-se John Howard Griffin (podem saber mais sobre ele procurando no google). Era jornalista e um dia tomou medicamentos para ficar negro e conhecer, em directo, o que era ser negro nos USA de então. Da experiência, que implicava riscos assumidos de gangrena futura, saiu um livro que foi praticamente traduzido em quase todas as línguas - Black like me – em português
Na pele de um negro.

O livro acarretou-lhe tornar-se alvo do poderoso Ku Kux Klan. Contava ele que mudava frequentemente de lugar e de nome, colocava as filhas com nome do qual não constava o apelido do pai em escolas nos diversos lugares, etc. Acabaria por morrer, não de gangrena, mas de diabetes.

Foram também homens destes (que era branco) e outros (homens e mulheres) que teceram o sonho que culmina hoje com a eleição,para presidente da mais poderosa nação da terra, do primeiro negro (não gosto nada da designação de afro-americano, politicamente correcta, nessa novilíngua prevista por Georges Orwell). É-me grato recordar este homem bom, que conheci - e com quem colaborei durante uns dias nos anos sessenta.
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Sobre John H. Griffin:
http://en.wikipedia.org/wiki/John_Howard_Griffin

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