PARA EUGÉNIO DE ANDRADE
O SORRISO
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade (1923-2005)
(falecido esta noite - com ele se vai o mais luminoso e solar poeta do nosso s.XX - e um dos últimos grandes sobreviventes do século; para ele , certamente, um lugar na Ilha de Vénus, criada por Camões)
<< Home