09/02/05

INESIANAS- 8



A Metáfora de Inês


Se o tempo se mistura a outros tempos
medidos pelas vidas

que os limitam à sua brevidade,
de pouco servirá cotejá-los
com o seu próprio dia, tarde cheia
de sinais ansiados como gestos de Inês,
levíssimos no rosto de D. Pedro.
É assim que ele vive, acumulando
o que não é real, senão
quando Inês lhe aparece
e o presente se torna uma medida,
a única que deseja,
e por ela,
como o infante, é capaz de lutar, anulando
o tempo que lhe deu o nome ― Inês ―,
e, recuando, serem todos verdadeiros
no mito que transpõe
em sinais e carícias sempre novas.

(Nuno Dempster-in http://musas_esqueleticas.weblog.com.pt/)

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